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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Dinheiro sim, dinheiro não

                                               
                                                                                             
                                          
Atual Grão Mestre da Ordem R+C
AMORC
Recentemente iniciei a leitura de um livro que recebi do nosso amigo e diretor ,Fr.Ivar Piazetta,intitulado " Brandscendência "_ O espírito das marcas. Tese de doutorado do autor Mário E. René Schweriner, a obra
provoca  reflexões sobre o efeito do dinheiro em nossas vidas e de seus corolários como o consumo e o consumismo.
Ele reforça a idéia que o consumismo está preenchendo um vazio na vida doas pessoas outrora ocupado por sentimentos de conforto oriundos da família e do sagrado que as religiões ou a visão do Transcendente preenchiam. Seu pensamento, embora com o rigor acadêmico, é claro e coloca em xeque a importância de vivermos 100% semelhantes aos outros no tocante aos hábitos de consumo.
Por esta razão o autor afirma que na sociedade contemporânea, o consumo e as marcas alcançaram tamanha transcendência, que os shopping centers são comparados a “catedrais de consumo” , e o mercado é chamado de “deus mercado”. Ele empresta parcialmente de Marx o sentido de ideologia como um mascaramento da realidade social que permite tomar o falso pelo verdadeiro na medida em que certas ideologias são efetivamente norteadoras do consumo compulsivo.
Ele cita que o consumismo se traduz pela dependência do consumo de bens ‘não essenciais’ (supérfluos), para atender aos desejos sem fim do consumidor, que, na expectativa sempre crescente de obtê-los, corre o risco de, mesmo possuindo o bem, não desfrutar o contato com a coisa real adquirida. No cenário consumista, o valor dos bens passa a depender mais de sua referência cultural (valor de signo) do que de sua utilidade, traduzida por sua dimensão funcional ou econômica.
Sem extremismos, há o conhecido tema de que o dinheiro é a raiz de todo mal. Como místicos, buscamos uma vida abundante e próspera em todos os sentidos: abundância de saúde, de alegria, de harmonia, de dinheiro etc. Max Weber em sua célebre obra “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” defende a ética da procura racional do ganho econômico. Lá ele mostra que certos tipos de Protestantismo, em especial o Calvinismo, forneciam um ganho ético do dinheiro e que a vida terrena (em contraste com a vida “eterna”) recebeu um significado espiritual e moral positivo. O calvinismo defende que as habilidades humanas (música, comércio etc.) deveriam ser percebidas como dádiva divina e por isso, incentivadas. A lógica inerente desta doutrina teológica é a de justificar o planejamento e a abnegação ascética em prol do ganho econômico. Enfim, Weber explorou esta quebra do olhar sagrado para o que ele mesmo chamou de desencantamento do mundo.
Então, qual o papel do dinheiro? A letra da música diz: “Muito dinheiro no bolso, saúde prá dar e vender”.
 Respondendo, ocorre-me o estudo da lógica comportamental através da pesquisa da Universidade de Princeton nos Estados Unidos, formado por economistas e psicólogos, que concluiu que as pessoas não precisam “realmente” de muito dinheiro para atingir o estado de espírito que leva ao êxtase que muitos chamam de felicidade. O importante em termos materiais é também não ser pobre, o que leva a provocar a aversão pela necessidade diante da falta de pontos fundamentais para viver e assim, não aprimorar as vozes do desejo e das buscas espirituais.
O economista e Prêmio Nobel na área, Daniel Kahneman, co-autor do trabalho, foge de qualquer teoria romântica e religiosa e prova que a partir de certo grau de conforto e segurança que nos possibilite um equilíbrio na plataforma emocional, o “ser feliz” passa a depender menos de bens materiais e depender mais de outros fatores. Chega a estabelecer um peso de uma renda de 6 a 7 mil dólares/mês.
Por outro lado, um outro estudo comportamental da Universidade Stanford, com base na chamada Tonalidade Emocional, e publicado na revista “Science”, com o aval da Organização Mundial da Saúde, confirma o que diz o ilustre neurocientista português Antonio Damásio, autor de vários livros inclusive do “O Erro de Descartes”: a satisfação emocional que vem do concreto tem um limite. Ou seja, as coisas materiais só respondem até um determinado ponto cumprindo os itens do cérebro cognitivo. A partir daí, buscar a tonalidade emocional no dinheiro, nos símbolos de status ou no poder, é um desgaste considerável que pode levar a um esgotamento nervoso ou um colapso emocional. O que os ambiciosos e obcecados por ganhar e ter mais, não conseguem ver.
Por fim, se você é um ser humano como a grande a maioria dos mortais e deseja um referencial sobre este tema, empresto a passagem bíblica para reforçar a idéia: “Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça e todas as outras coisas vos serão acrescentadas” Matheus,6,33.
O Dr. H Spencer Lewis nos dizia “Eu não conheço nenhum obreiro da humanidade que tenha se tornado rico, nem jamais encontrei algum que desejasse riqueza. Aliás, a pessoa que tente usar o misticismo ou a oportunidade de servir à humanidade exclusivamente como meio de tornar ociosa e inútil a última parte de sua vida só encontrará fracasso. Perceberá que as leis não funcionam; ela não conseguirá servir à humanidade, nem construir nada para si, no Cósmico ou no mundo material.
Assim quando agradecer as bênçãos recebidas durante o ano e enviar seus novos desejos ao Deus do seu coração, lembre que Deus conhece as suas necessidades e sabe onde você deve ser atendido, então pedir não fará mal algum, somente bem.
Feliz Natal, muita saúde, harmonia e prosperidade neste seu próximo ano.

Afinal, os outros anos serão conseqüência do que se fizer no próximo.

Hélio de Moraes e Marques

Grande Mestre

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